CONFIRA A SUPER ENTREVISTA COM UM CONSELHEIRO DO GRÊMIO SOBRE A SITUAÇÃO DA ARENA
O "Universo do Futebol, com Luciano Kaminski" foi atrás de esclarecimentos e Paulo Ricardo Baccarin Matje esclareceu a situação atual da Arena
Nessas últimas semanas tem se falado muito sobre a situação da Arena do Grêmio. Os maiores questionamentos são a respeito do lucro do tricolor gaúcho em cima do estabelecimento. Boa parte da imprensa fala que é um negócio ruim para o Grêmio, muitos falam que o clube vai falir, outros dizem ser um ótimo negócio e isso acaba confundindo e atordoando a cabeça dos leitores/ouvintes. Com o objetivo de esclarecer toda essa situação para a torcida do Grêmio, o "Universo do Futebol, com Luciano Kaminski" foi atrás de um conselheiro buscando respostas sobre o que realmente está acontecendo neste momento delicado envolvendo o tricolor gaúcho, a OAS e a superficiária Arena Porto-Alegrense (65% Grêmio e 35% OAS). Confira abaixo, na íntegra, o que disse Paulo Ricardo Baccarin Matje, conselheiro do Grêmio:
"A
Arena será do Grêmio. O que acontece é que há cessão do direito de
exploração dela pela SUPERFICIÁRIA (ARENA POA) durante os primeiros 20
anos. Ela tem a obrigação de pagar o financiamento e tem a composição
acionária de 65% Grêmio, 35% OAS. O Grêmio cedeu o Olímpico e parte da exploração da Arena durante 20 anos para a OAS (35%) em troca de uma Arena nova.
O
Grêmio terá direito a 65% do LUCRO LÍQUIDO AJUSTADO (receitas -
despesas). No entanto, na parte das despesas, durante os primeiros sete
anos, está incluído o financiamento junto ao BNDES. Só esse
financiamento é algo em torno de R$ 3 Milhões a R$ 3.5 Milhões AO MÊS. Somadas as outras despesas, deve bater facilmente nos R$ 5 Milhões MENSAIS.
OU SEJA: para o Grêmio receber a sua parte variável (65%), a SUPERFICIÁRIA (ARENA POA) terá que ter receitas superiores a R$ 5 Milhões mensais (essa é uma projeção minha, baseada no que eu entendo de contabilidade/economia, e não deve fugir muito disso não!!).
Com receitas ABAIXO de R$5 Milhões mensais, NEM GRÊMIO, NEM OAS terão lucro. O valor cobrirá somente os CUSTOS da Arena. E é por esse motivo que o próprio Antonini já disse: durante os anos de financiamento, o Grêmio pouco ou nada receberá da parte variável (65%) porque os custos são bastante elevados. E, por conseguinte, a OAS também pouco ou nada receberá da Arena.
Legal comemorar essa renda em jogos de Gauchão, mas não adianta se empolgar. As receitas de Janeiro/Fevereiro/Março SEQUER pagaram o financiamento junto ao BNDES porque tivemos poucos jogos, a Arena não está a todo vapor (áreas comerciais, setor geral, etc.) e os custos do início do negócio sempre são elevados. As projeções REALISTAS, que já foram mostradas pelo próprio Antonini, dizem que, durante o financiamento, o Grêmio POUCO OU NADA receberá da parte variável. Essas foram as palavras dele.
Depois do período de financiamento, o contrato se tornará EXCELENTE, e, segundo palavras do Antonini, poderá gerar R$ 50 M anuais de lucro ao Grêmio (projeção realista). Até lá, será um desafio equacionar o clube para manter um fluxo de caixa positivo. O clube sabe disso e é isso que preocupa: manter um fluxo de caixa POSITIVO durante o período do financiamento, pois a migração trouxe um problema em relação a isso.
OU SEJA: para o Grêmio receber a sua parte variável (65%), a SUPERFICIÁRIA (ARENA POA) terá que ter receitas superiores a R$ 5 Milhões mensais (essa é uma projeção minha, baseada no que eu entendo de contabilidade/economia, e não deve fugir muito disso não!!).
Com receitas ABAIXO de R$5 Milhões mensais, NEM GRÊMIO, NEM OAS terão lucro. O valor cobrirá somente os CUSTOS da Arena. E é por esse motivo que o próprio Antonini já disse: durante os anos de financiamento, o Grêmio pouco ou nada receberá da parte variável (65%) porque os custos são bastante elevados. E, por conseguinte, a OAS também pouco ou nada receberá da Arena.
Legal comemorar essa renda em jogos de Gauchão, mas não adianta se empolgar. As receitas de Janeiro/Fevereiro/Março SEQUER pagaram o financiamento junto ao BNDES porque tivemos poucos jogos, a Arena não está a todo vapor (áreas comerciais, setor geral, etc.) e os custos do início do negócio sempre são elevados. As projeções REALISTAS, que já foram mostradas pelo próprio Antonini, dizem que, durante o financiamento, o Grêmio POUCO OU NADA receberá da parte variável. Essas foram as palavras dele.
Depois do período de financiamento, o contrato se tornará EXCELENTE, e, segundo palavras do Antonini, poderá gerar R$ 50 M anuais de lucro ao Grêmio (projeção realista). Até lá, será um desafio equacionar o clube para manter um fluxo de caixa positivo. O clube sabe disso e é isso que preocupa: manter um fluxo de caixa POSITIVO durante o período do financiamento, pois a migração trouxe um problema em relação a isso.
O principal problema é referente ao fluxo de caixa. E isso é fato e simples de entender: com o Olímpico, o Grêmio recebia a bilheteria a cada jogo. Isso proporciona o capital de giro (fluxo de caixa) necessário para o clube pagar as contas mensalmente, junto com o quadro social e a Grêmio Mania (já que patrocínio e televisão normalmente são pagos em uma ou duas parcelas anuais e frequentemente são adiantados pelos clubes).
Na Arena, o Grêmio não terá essa renda mensal e, além disso, terá que repassar boa parte da receita do quadro social para a Arena POA, para garantir o acesso aos sócios migrados. Isso afetará o capital de giro do clube e comprometerá o pagamento das despesas mensais. O Grêmio terá suas receitas MENSAIS diminuídas sensivelmente, mesmo que o faturamento anual seja maior. E, pelo que entendo de economia/contabilidade, empresas com problemas de fluxo de caixa são fortes candidatas à insolvência. Esse é o medo da direção."